Por Mirinaldo
E vive uma linda xipaia em berço xinguara
escondida na sinuosidade do rio Tucuruí
filho do Xingu.
E quantos encantos nos canta sua áurea?
Abranda nossos olhos
Ao vê-la banhar-se nas águas verde-escuras
onde boia a loleia prateada.
Encanta-nos o seu canto-sereia-amazônico ao som do Vada,
Sua baila dançante abraçada ao Mundaia,
Sua capciosidade no dominó com Chico Rita,
envolta nos encantos de dona Francisca,
entoando as orações ao tambor do Calazão,
rezando o terço à nossa mãe Auxílio dos Cristãos,
comendo a doce pixona,
deitando-se na areia quente da Prainha.
Desfilando no Vitsol em graça de menina,
sentando-se à sombra dos benjamins,
enquanto apanha manga com a Loira da mangueira.
Com ternura e graça, corre atrás do Pinto-Pelado essa faceira,
À noite, faz mesura no Estádio Padre João,
come caju em frente à dona Pagoa sujando as mãos
e namora escondida no escuro da caixa d’água,
atrás da Igreja ou perto da Barraca.
E é moça mulher
que sabe passos da quadrilha Explosão, Revelação,
Pimenta e Sensação.
E nasce o sol de dezembro!
E corre essa moça mulher
para saltar um pouco mais no Xingu de meu Deus.
Hoje ela está em festa.
28 anos, uma mulher!
Sim, sim, mulher levada que roda a saia,
que assovia e sopra a velinha,
fechando os olhos e fazendo o seu pedido:
Dei-me, Deus, um marido e um filho meu xipaia,
que também seja curuaia
para lutar lá na frente,
quando aqui houver má gente.
Solta o bumba e chama a banda,
a fanfarra e os cantores.
Hoje é festa, meus senhores!
Sons ecoem de norte a sul
28 anos de puro encanto
De Vitória do Xingu!
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