Por Mirinaldo
E estou aqui
Ante a ti, ó Santo Manto Sagrado.
Rasga-te agora e
Mostra a face de um Deus vivo!
Consome a minha forma humana
E a transforma na forma
De um filho deste mesmo Deus!
Que diante deste Manto Santo
Toda a treva não se atreva
A vencer a luz!
Quebre-se o madeiro injusto
Das leis humanas!
Saltem os pregos das mãos!
Desçam os anjos
E jorrem água santa
Nestas chagas!
Que se abra a terra
E corram os ventos
Em todas as direções!
Que cesse todo fogo!
Que o último grito seja dado.
Que cesse a respiração
Absorvente deste ar pecaminoso.
Fechem-se os olhos...
Não há mais dor...
Cesse o vento,
Não corra mais em todas as direções.
Guarde-se o manto rasgado pela nossa culpa.
Desçam o corpo frágil do cordeiro.
Que nenhum anjo cante mais.
Nenhuma voz se levante.
Que apenas batam os corações.
Nenhuma palma.
Só a calma e o silêncio reinem.
Nenhum louvor.
A morte fará o seu papel:
O que lhe foi permitido
Sob a fraqueza de nossa carne.
Coloquem logo a pedra.
Há um Corpo Santo
A vigiar nossos pecados.
Há um Corpo Santo
Aguardando a força
Do sopro criador.
A morte será vencida.
Mas, por enquanto,
O Corpo sentirá o calor da sua provação.
Mirinaldo
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