quarta-feira, 23 de outubro de 2013

VOCÊ SABE O QUE É UM GIGOLÔ DE PREFEITURA?



VOCÊ SABE O QUE É UM GIGOLÔ DE PREFEITURA?

“Indivíduo que vive à custa de outrem”. Essa é a definição do dicionário Aurélio sobre o gigolô de modo geral. Mas você sabia que existe um em especial? O de prefeitura? Não?! Então conheça mais um ser abominável sobre a terra.
O gigolô de prefeitura vem ser aquela pessoa (maioria das vezes é homem) que não tem profissão (muitos nem concluíram o fundamental), não tem um negócio certo e/ou próprio, não cumpre horário para nada, se diz independente, mas recebe da prefeitura. Ele se encaixa em um tipo de marajá, porém com uma diferença: ele assume que recebe.
Um gigolô de prefeitura recebe mais que um professor, às vezes mais que um vereador, nunca aceita salário de gari, odeia o salário mínimo, só fala em milhares de reais, no mínimo tem uma moto e vive razoavelmente bem. Geralmente “enrola” as pessoas só na fala, mesmo sem precisar provar nada. Usa a técnica da persuasão e da altura da voz. Evita deixar as pessoas falarem, discorda de quase todos e quando concorda é uma técnica que está usando: obter a confiança.
A figura de linguagem de um gigolô de prefeitura é a hipérbole (exagero). Nunca fala de coisas pequenas. Tudo é caro. Tudo é grande. Ele quase não para em casa, vive boa parte do tempo nas ruas, visitando pessoas, ouvindo o que elas falam. Quando está em sua residência, geralmente recebe e, acreditem, até despacha como se fosse autoridade e grande empresário!
Mas vem a pergunta: como eles conseguem viver tão bem e nunca são afastados da prefeitura?
É simples. O gigolô de prefeitura fracassou na escola, não passa em concursos, começou a vida financeira com trambiques, rolos, troca, mediador, negociador. Geralmente passa para o estágio da agiotagem e envolve-se entre os empresários através de festas, encontros arranjados com menores, fazendo contato de um empresário com outro, até que cria um rol de “amigos”. Um gigolô de prefeitura evita aproximação com pessoas de baixa condição financeira, pois a relação dele é baseada na possibilidade de ganhar dinheiro.
É daí que o gigolô consegue uma coisa: informação.
Ele passa a conhecer os “podres” de empresários, políticos, enfim, de várias pessoas importantes da sociedade. Ele até ajuda na realização de alguns trambiques justamente para envolver alguém (que um dia poderá vir a ser um político). Fofocas sobre quem traiu quem ou quem brigou com quem não interessam ao gigolô. Ele quer informações privilegiadas. Afinal, é isso que ele usará no momento oportuno.
Em época de eleição, o gigolô toma frente de uma campanha (às vezes) e procura defender o seu candidato com unhas e dentes (mesmo só conseguindo o voto dele). Na verdade, ele já sabe de alguma história comprometedora do cara, mas quem vê nem imagina isso. O candidato ganha, o gigolô está dentro. O candidato perde, o gigolô está dentro. Como? Ele procura conhecer os “podres” de todos, não de um. Um gigolô não derruba o candidato adversário, porque não é seu adversário. Ele tem como se dar bem em qualquer dos times.
Como o gigolô não tem formação, é quase analfabeto, o prefeito eleito se vê obrigado a contratá-lo para que fique na espreita do que fazem seus adversários e sondar o que andam falando dele e do seu governo. Também um gigolô de prefeitura serve para espalhar uma informação rapidamente, até se for mentira. Às vezes um funcionário se pergunta como o prefeito soube de algo que ele falou. Simples: falou perto de um gigolô!
Entenderam por que um prefeito não se livra de um gigolô? É porque está comprometido com ele. Demiti-lo é ter um adversário truculento, sem medidas no que fala e com ameaças de entregá-lo ao povo. Nessa arrumação, o dinheiro público vai sendo desviado para fins de “pacificação” dos gigolôs (geralmente são vários).
Prefeitos que mantêm gigolôs são verdadeiros imbecis, fracos, com passado sujo, com negócios duvidosos, que envergonham a ética e desviam dinheiro do povo para pagar salários exorbitantes e comprar serviços imundos.
É o caso de muitas prefeituras interioranas, onde a fiscalização é débil, não há mídia, o legislativo é comprado e os bons políticos não ganham as eleições, vencendo sempre os que precisam pagar com nossos impostos a sua história suja e horrorosa, começando por gastar centenas de milhares de reais com gente da mesma laia que a deles: gigolôs de prefeitura.
Onde existe gigolô, existe um mau prefeito.

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