segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A guerra da elite brasileira com seu soldado Aécio usando o voto do povo



O que representam, para os empreendimentos políticos, os artistas e desportistas na campanha de Aécio?
Politicamente, nada. Na prática, eles são apenas um recurso midiático. Votar em Aécio por fanatismo a essas celebridades globais (da Globo) é sinônimo de alienação, uma vez que o compromisso delas é o de criar uma imagem de Aécio e não uma proposta política. Aliás, o voto direto em Aécio, ou seja, sem considerar os garotos-propaganda, já é alienação. Basta analisar o perfil econômico dos seus cabos eleitorais no primeiro e no segundo turno. Estão ligados às classes mais ricas, ou seja, são pessoas insatisfeitas com os avanços sociais, que não admitem equiparações da sua situação social com a ascensão da classe baixa. O que ocorre no país nos últimos anos é sinônimo de uma equidade de classes e as diferenças entre alguém da classe baixa e alguém da classe alta ficam atenuadas, quase imperceptíveis. Por exemplo, viajar de avião ou adquirir um telefone de última geração não está restrito à classe alta. Outro exemplo, o acesso às faculdades particulares e até estrangeiras também deixou de ser elitizado, assim como a maior frequência da classe pobre aos cinemas e atividades culturais também aumentou. Nos estacionamentos de supermercados e lojas, os carros ali parados não demonstram se lá estão mais ricos ou pobres. Então, por que a minoria resolveu inflar a maioria a votar em Aécio? Simples, o abismo social, histórico, institucionalizado e segregacionista diminuiu e põe em xeque o "status quo" da classe dominante que, depois de mais de quinhentos anos, teve seu ciclo interrompido pela ascensão da classe trabalhadora, com a eleição de Lula. Aécio não representa, como brada em seu discurso neoliberal, a classe pobre. O que a classe da rica minoria não esperava era uma rápida reviravolta na campanha de Marina Silva que levou, traindo a causa da sua antiga luta, Aécio ao segundo turno, chance agora vislumbrada pela elite que investe, através da sua emissora oficial, Globo, na propaganda ansiando a oportunidade de retornar ao poder e conseguir o resgate da marcação abismal e restabelecer a divisão de classes sociais. É essa parcela que Aécio representa. Mas por que ele omite isso? Mais simples ainda. O que elege, na prática, é a massa. Aécio se lança em nome dos pobres e de um Brasil esquecido que ele ainda não conseguiu identificar e mostrar, mas comete as falhas mostrando músicas e depoimentos de artistas e desportistas elitizados, ou seja, ele não consegue mapear um Brasil que tenha se retraído, daí vende a imagem vaga, turva de um governo fracassado. Mas lembre-se, Chitãozinho, Vanessa Camargo, Zezé di Camargo, Bernardino, Giovanni, por exemplo, não são parte de Brasil esquecido nenhum, muito menos fracassado, ainda mais quando o próprio Fantástico informou que a indústria da música sertaneja movimenta mais de trezentos milhões de reais.
Resumindo: com artistas descompromissados ou não, votar em Aécio é reconduzir o Brasil ao exato gosto da segregação entre as classes sociais, com uma importante observação: a massa faria isso de graça para a elite.

Mirinaldo

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