quarta-feira, 28 de agosto de 2024

O OUTRO LADO DA LUZ


 
Por Mirinaldo
 
Em todo lugar da Terra pode haver luz. O Sol nos brinda com ela e nós a produzimos nas lanternas, no fogo, nas velas nas telas. Nossos olhos se enchem de luz. Por eles ela nos atravessa e converte as formas que constroem, para nós, a nossa inteligência. A luz serve a todos, até aos que fazem maldade. Ela pode estar na lanterna de um ladrão ou no foco de um médico em uma consulta. Luz é luz. 
Deus-Homem já disse uma vez: “O Sol brilha para todos”. Então, estamos sob a sua luz. Como a usamos é como decidimos viver.
Porém, há um ponto tão escuro em nós onde a luz não se abriga. Nesse ponto só há sons. Pulsar. Latidos. Vibrações. É o ponto do coração. A luz do mundo não o avista. Abstém-se de molestá-lo. Deixa-o só. Apenas um mal pode permitir que a luz o veja: a doença que leva à cirurgia. Saudável, um coração não se mostra. Daí vira metáfora: terra, amor, paixão. E recebe títulos e prêmios pelo que não é: não é terra, não ama, não se apaixona. É um símbolo. Um símbolo sem... luz.
Daí a luz, inconformada com tal restrição, infringe os sentidos literais e a ciência e recria-se em uma forma única: SENTIR. O sentir se camufla e afeta todos os seres por dentro. Ilumina-os nas áreas onde a luz do mundo não chega. O sentir clareia o coração e é o único capaz de vê-lo sempre e sempre. Ela se apaga quando a luz do mundo se esvai da natureza humana. Fora isso, o sentir é luz sem ciência, pois não precisa dela.
É por esse lado da luz que eu me mostro e te vejo. Mas só se permite que tal ato se efetive quando alguém sabe que eu estou no mundo, porque o que eu sou só se conhece pelo lado oculto da luz. A minha luz. A tua luz. E somente uma luz perpassa pela minha luz e pela tua luz: a divindade. É no entrecruzamento delas que se cria o amor verdadeiro. Mas amor não tem a luz do mundo, nem daqui ele é, ele é o equilíbrio de todas as luzes. Por isso, explica-se Jesus. Por ele, uma luz vive na outra. Por ele, sabe-se o que é Natal. 
Se quisermos ver quem cada um é, é preciso que consigamos atravessar a luz do Sol, a luz dos homens e chegar à luz divina e dela retornar ao Sol. 
Se conseguirmos, isso é Natal, do contrário, são só árvores piscando... piscando... piscando...

Desocultemos nossas luzes entre nós.

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