Por Mirinaldo
O professor é um agente de libertação, por isso não pode
viver preso. O engessamento de sua prática é uma prisão. E é também o exílio da
liberdade. Se o saber tem como orquestra o poder, então cabe ao professor romper as notas
musicais e dar novo tom ao canto. Daí é que vem o espírito de transformação. Os
ditames do formalismo exacerbado não significam nada além de força. Tentar dar
moldes com contornos rígidos ao saber é inteiramente uma falta de saber, pois este, por si só, é uma asa, nunca
mordaça ou corrente. Se não estamos mais nas cavernas, então alguma luz nos
arrancou de lá. E sabedoria é o seu nome. Não pode existir o saber e seu
possuidor viver encarcerado. Se assim for, morre a arte, a poesia,
a filosofia, a cultura e o termo “homem”. No âmbito que envolve toda e
qualquer mudança social a figura do professor só tem como sinônimo a libertação.
E, mesmo ele não sendo o dono do saber, Deus não delegou a ninguém mais tamanha
tarefa de preservá-lo e difundi-lo. E para tal, nenhuma forma abrupta deve se
sobrepor aos modos que a própria natureza dessa missão condiciona: a liberdade.
E à sabedoria não se delegam fiscais, apenas agentes. Fora isso, as asas se
ferem e caem... dolorosamente.
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