terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Ele deve ser livre



Por Mirinaldo
O professor é um agente de libertação, por isso não pode viver preso. O engessamento de sua prática é uma prisão. E é também o exílio da liberdade. Se o saber tem como orquestra o poder,  então cabe ao professor romper as notas musicais e dar novo tom ao canto. Daí é que vem o espírito de transformação. Os ditames do formalismo exacerbado não significam nada além de força. Tentar dar moldes com contornos rígidos ao saber é inteiramente uma falta de saber,  pois este, por si só, é uma asa, nunca mordaça ou corrente. Se não estamos mais nas cavernas, então alguma luz nos arrancou de lá. E sabedoria é o seu nome. Não pode existir o saber e seu possuidor viver encarcerado. Se assim for, morre a arte,  a poesia,  a filosofia, a cultura e o termo “homem”. No âmbito que envolve toda e qualquer mudança social a figura do professor só tem como sinônimo a libertação. E, mesmo ele não sendo o dono do saber, Deus não delegou a ninguém mais tamanha tarefa de preservá-lo e difundi-lo. E para tal, nenhuma forma abrupta deve se sobrepor aos modos que a própria natureza dessa missão condiciona: a liberdade. E à sabedoria não se delegam fiscais, apenas agentes. Fora isso, as asas se ferem e caem... dolorosamente.

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