sábado, 14 de maio de 2016

O amarelo tucano e o ouro negro do pré-sal




Todos os ministros (homens brancos e ricos) de Temer têm um papel na consolidação do golpe e a função de apresentar resultados fantasmagóricos ao país de uma possível saída milagrosa para a crise econômica e política (com mitológica base sustentável) mostrando que governo bom quem faz é homem e não mulher. Mas, acredite, o papel de José Serra chega a ser o mais demoníaco. Para mim, a função dele é a mais terrível e abominável de todas. Serra como ministro das relações exteriores não é mera nomeação de Temer, muito menos uma forma de acomodar o PSDB no governo do golpe, como recompensa pela saída de Dilma. Não há nada de inocente nessa nomeação.
Serra, em nome do PSDB, é o autor do PLS 131/2015 que estabelece que a Petrobras não seja a única empresa a explorar o pré-sal, o que incluiria uma abertura para a participação de empresas estrangeiras. Acontece que nessa participação só há um agente interessado: os Estados Unidos. Desde o governo FHC, o país já pleiteava alcançar nossas riquezas o que começaria pela implantação da ALCA, o que o PT não aceitou fazer, pois nossas matérias-primas sairiam a custos baixíssimos e o Brasil seria um polo estratégico de dominação da América do Sul pelos norte-americanos. Perderíamos nossa autonomia.
O papel de Serra consiste em isolar as opiniões e participações político-ideológicas dos países nossos vizinhos, tornando-os nulos e imprestáveis para qualquer participação mais significativa. Tanto PMDB quanto PSDB sempre primaram pelo isolamento dos países sul-americanos, já que a política deles não se alinha aos interesses do tio Sam e os partidos de direita daqui pretendem americanizar/internacionalizar nossa economia e política, o que já chegaram a fazer quando se montou o Plano Real a partir das ideias do economista inglês John Maynard Keynes (que aqui a Globo fez a gente pensar que foi FHC o autor original do plano).
Eu já disse outra vez que a crise no Brasil não surgiu por acaso, o que eu quis fazer foi justamente estabelecer sua origem em algo que já desperta o interesse estrangeiro: petróleo. Com o poder que tem agora, José Serra poderá avançar na pretensiosa corrida para abrir as portas, as janelas e o pré-sal para o capital estrangeiro. Colocaram a raposa junto com as galinhas.
Agora resta acompanhar reflexivamente o processo de como isso se dará. Digo reflexivamente no sentido de não engolir o que a Rede Globo vai tentar nos passar de que essa abertura para a exploração do nosso ouro negro é necessária para a salvação do país (país como sinônimo de governo golpista de Temer). Preste atenção como aqui não vai interessar o espanhol, mas o inglês do Norte.
Mirinaldo

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