sábado, 20 de novembro de 2021

A verdadeira cor da consciência



Por Mirinaldo 

A cor da consciência, na verdade, não é uma cor. É um pensamento em ação. É defender o outro de acordo  com a necessidade dele. Defender o índio não por ser índio, mas porque ele precisa ter a sua dignidade e possa viver em excelentes condições humanas, inclusive com direito a um iPhone, afinal, ele é humano e iPhones só os humanos podem usar,  desde que possam pagar por ele (se o índio pode pagar, então pode ter um sem deixar de ser índio). Defender a mulher não por ser mulher, mas porque ela precisa da sua dignidade humana preservada e não ser vítima dos homens porque eles são... homens. Assim é a consciência negra: um pensamento-ação para que o negro tenha o direito de viver sendo plenamente uma
pessoa humana. Se algum direito lhe é violado, já é suficiente para que uma bandeira de luta seja travada. E assim são todos os dias vividos pelas minorias. A consciência negra não é sinônimo de "apenas os negros devem lutar", mas de "é uma culpa de todos e, portanto, uma responsabilidade de todos". E mais: não se defende o índio,  a mulher e os negros,  por exemplo, porque eles sejam santos,  como prega a demência bolsonarista, mas por questão de humildade necessária  (e, se quiser, de fraternidade cristã). Portanto, hoje é o dia de pensar a ação pautada na consciência da humanidade. E essa consciência também é negra.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Dia da Proclamação da Banana Brasileira




Por Mirinaldo

15 de novembro. Data para se comemorar o quê? Proclamação da República! A história aconteceu assim: os caras do Império estavam cansados daquele sistema em que eles não apareciam tanto. Tinham muita grana, mas muita mesmo, mas queriam ter visibilidade. Daí, com o apoio dos botas (eles de novo) deram um grito de proclamação parecido com aquele da diarreia de D. Pedro. Porém, agora, a mensagem era a seguinte: queremos uma república para reorganizar a distribuição do poder entre nós aqui de cima da pirâmide. O resto não muda nada: pobre que continue se lascando. Mas calma aí! Temos que pensar nos pobres, sim. E pensaram. E ficou assim: os pobres trabalham e passam a pensar que o Brasil se modernizou e que todos vão sair lucrando. Ok. Os caras lá de cima venderam a imagem de que não escravizavam mais os negros, de que não tinham mais vínculo com Portugal, de que engoliam as hóstias na igreja, de que não ficavam com as mulheres dos seus próximos, de que queriam um país desenvolvido, de que agora seria a tal da Ordem e Progresso (parecido com a broma “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” – KKKKK) e segue a baila da falsa inocência.  E rebatizaram seus nomes: não mais senhores de engenho, escravocratas, senhores feudais (esses caras vieram desde a Idade Média). Não. Santos do pau oco têm de usar novos nomes. D-I-R-E-I-T-A-! Isso mesmo. Seriam chamados de homens da direita. E fizeram a República da Banana Brasileira. Sim, uma república que hoje tem tudo para dar certo: as bancadas temáticas para garantir os interesses dos antigo escravistas, o uso da Bíblia para manipular a falsa crença secular do protestantismo europeu, uma classe média alta sedenta de ódio contra a classe baixa e uma classe baixa que aprendeu a se abaixar para carregar nas costas um ser lambuzado de dejetos da mais abjeta podridão da história que ora se repete no seu ciclo de ilusões da ascensão social prometida pelos que comem a banana, jogam a casca e ouvem os gritos lá de baixo da escala: Mito! Mito! Mito! Mito! Mito!

Feliz Dia da Banana!