terça-feira, 31 de agosto de 2021

CONVITE PARA O GOLPE DO DIA 7 DE SETEMBRO DE 2021



O excelentíssimo Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, convoca e/ou convida todos os cidadãos de bem, honrados e ilibados, cristãos devidamente batizados, retos e justos, sem pecado, sem dívidas, sem empréstimos, pagadores de dízimos, leitores assíduos da Bíblia e decoradores de versículos, da classe média alta, devidamente armados, com baixo ou zero interesse por cultura popular, baixo ou nenhum nível de leitura, replicadores de fake news, admiradores de Trump e inimigos sabe-se Deus do que (mas que chamam de comunismo) para o seguinte evento:

Nome do evento: GOLPE NA DEMOCRACIA.

Objetivo do evento: safar a cara do presidente da cadeia, já que, sem voto impresso, ele perderá a eleição para o cara malhado das pernas grossas e responderá pelos seus tantos crimes na pandemia, contra os índios, os homossexuais, as mulheres, as crianças com fome, os índios de novo, a floresta amazônica, o aumento do preço da gasolina e da carne principalmente, o estímulo ao uso de armas e não de máscaras, pela desvalorização da educação e do SUS, pelo endeusamento das forças armadas, pela perseguição aos direitos políticos, pelo discurso de ódio contra o elefante branco, por aprisionar um extraterrestre que sabe fraudar as urnas eletrônicas e por criar um cercadinho de onde blasfema contra o povo, a esquerda e manda beijinhos para defensores do nazifascismo.

Local: Qualquer rua (menos favela e bairros pobres, pois vai pegar mal no estrangeiro mostrar pessoas que precisam de governo e não tem governo); mas podem fazer montagens de fotos também de outras aglomerações.

Data: 7 de setembro, para dar um ar de que a classe média alta está sendo oprimida pelos pobres e pelo Supremo e, por isso, pede sua independência (calma, vou rir depois).

Pauta do evento: 
Aumento da gasolina de 7 para 15 reais até dezembro.
Aumento do óleo de cozinha para 25 reais.
Aumento do preço da carne para o patamar de 80 reais (até novembro).
Uma peruca para o Alexandre de Moraes (para o mesmo dia 7 de setembro).
Queimar mais a floresta amazônica até chegar ao cerrado (já começou, falta só apressar mais).
Mais picanha para o Exército.
Menos máscaras, mais covid-19.
Devolver as vacinas para os fabricantes.
Aglomerar mais para aumentar a pandemia.
Volta do AI-5 só para os esquerdistas; para os direitistas, escovão para lavar a estátua de Borba Gato.
Aumento da inflação (também já começou).
Aumento do desemprego (para ontem).
Deixar a covid-19 só para os esquerdistas.
Intensificar, mas dizer que não existe, o racismo, a homofobia, a xenofobia, a misoginia, o extermínio dos indígenas, fogo na floresta, garimpos ilegais, extração ilegal de madeira e de minérios.
Voltar a dita dura (porque alguma coisa do governo está muito mole).
Volta da tomada de três pinos.

Grama do Palácio do Planalto, 31 de agosto de 2021. 

Atenciosamente,
Capitão Cloroquina Impressa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

PUTREFAÇÃO DA FALSA ALMA BRASILEIRA



Por Mirinaldo

Não é louco o momento que ora vivemos. O genocida não é louco. Malafaia, Valdemiro Santiago, Sérgio Reis, Edir Macedo, Silvio Santos, Roberto Jefferson, o SBT, a Record e Regina Duarte também não são loucos. Isso mesmo: N-Ã-O S-Ã-O L-O-U-C-O-S. Sei que isso parece sem sentido, ainda mais para mim que tento ser comunista e socialista a cada dia e ainda não consegui. Eu deveria atacar o genocida e toda sua escória, sua lama, sua saliva defecada, seu discurso atravessado, chamando-os de quê? De loucos! Não. Não são loucos. Poderia ainda chamar de loucura o fato de se querer dar um golpe em Brasília para tomar o poder, já que o povo, ao chegar às urnas, vai exortar o pandemonismo, lavar a alma e expulsar o sórdido da cadeira que nunca deveria ter sido dele. E que deve ser desinfetada. Também não há loucura no ataque feito diariamente pelo genocida às instituições que o investigam e o criticam, nem suas sandices para destruir a educação, a saúde, a Amazônia, os indígenas, a cultura popular, os negros, os gays; ou seu vômito verbal vociferado quando defende a família, Cristo, Deus e os valores da pátria. Muito menos eu vejo loucura no fato de o aloprado ser, disforme e inominável, sorrir ante a morte dos outros, zombar das dores alheias, difamar a pobreza e regozijar-se com o crescimento dela ou ainda quando nega a fome, a miséria, o preconceito, a desigualdade social, o aumento da inflação, a violência, o desemprego. Nem pensar em chamar de loucura o fato de o amante do fascismo provocar seu vômito verde ao salivar que quem está atacando a democracia é o judiciário e que a intervenção da doença militar seria a saída para ele continuar flatulando na cadeira presidencial por longos anos. Menos loucura é o rastejante declamar, ou melhor, expelir ar dos seus escuros pulmões, por vias frias e secas, ao dizer que o único problema do povo é a justiça que o impede de trabalhar. Nada disso é loucura. Nunca foi. Nunca poderá ser. Nossa, e ainda há quem chame o psicopata de louco quando afirma que o comunismo não pode voltar e que ele é a única via para impedir esse retorno de quem nunca partiu porque nunca chegou. E muitos desinformados ainda o classificam de louco quando ele fecha os olhos e começa a orar junto com meia dúzia de escrotos antes de executarem suas sandices contra o povo pobre e trabalhador. Basta. Chega. O genocida não é louco. O bolsonarismo não é uma loucura. Não! Não! Apontar arminha não é loucura. Alguns crentalhas e padrecos segurando armas com a Bíblia em uma das mãos não é loucura. Não é loucura? Não, não é. E do que se trata tudo isso que pode ser classificado como anticristianismo, discurso de ódio, ataque aos direitos humanos e à vida, fascismo, nazismo, satanismo, sadismo, morte? Hem? Diga! Simples, isso tudo em si mesmo não é loucura, o nome exato para toda essa lama é putrefação da falsa alma brasileira. Sim, o obscurantismo nefasto e sórdido que mora no interior de almas podres, em estado de latência, pronto para sair da putrefação e ocupar assentos nos púlpitos fingindo altos estados de glória e de sublimação. Sempre existiu, mas nossa razão e fé o mantiveram em cárcere secular. Mas razão e fé também tonteiam, sofrem lapsos e relaxam no campo da ilusão. É nesses trânsitos de desalinhamentos que os espaços se abrem para a entrada de espíritos apodrecidos, ausentes de toda dignidade humana. Geralmente avançam aqui e ali mas, no caso do Brasil, houve uma tomada que sobrepujou almas lentas e lhes imputou a doença da falsa pátria. Incrível, essas almas putrefatas nunca adentram os espaços sem antes exalarem odores de chumbo e de desolação, sempre fazem alaridos. Poderíamos ter percebido isso antes e as aprisionado nos seus submundos, onde Deus não põe seus pés e não deseja que para lá vamos. Mas não, ficamos atônitos, ou mesmo petrificados. Fomos tomados de insanidade e falta de memória histórica. Não vimos como deveríamos ter visto. Cegamos nossas almas também. E fomos, de repente, sobressaltados. Roubados. Privados de nossos sentidos. E vivemos o verdadeiro inferno entre essas almas putrefatas que não sentem dor alguma enquanto se deleitam sob seu sadismo em ver nossas carnes serem devoradas. Mais dor, mais tempo suportam. E mesmo com tantas delas sentindo a mesma dor, ainda preferem que assim o seja, pois a dor nos atinge. Por isso, vale o gás caro, a gasolina cara e os milhares de mortes em uma pandemia. E dizem que isso não acontece. Podres, almas não sentem dor. Por isso, o que ocorre no Brasil não é loucura, é a permissão que demos, muitos involuntariamente, para um insano, duro, sangrento e mortal período para as falsas almas brasileiras expelirem seus odores de subumanidade. Até o momento exato de as repugnarmos e as sufocarmos novamente sob o manto da ferida democracia, principal objeto de desejo para o seu ritual de destruição.