(por Mirinaldo)
Desde abril do ano passado,
nosso país tem sido atacado pelos interesses internacionais e retornado a um
verdadeiro neocolonialismo. As forças que levaram a direita a dar um golpe na
democracia vêm do imperialismo norte-americano e de grandes blocos econômicos. O
Brasil está entregue novamente (digo: sem resistência alguma). Os que aqui comandam
diretamente este momento sangrento (Rede Globo, partidos de direita,
judiciário, Lava Jato e imprensa) são os que se mantiveram no poder por exatos
502 anos, por isso nunca poderiam aceitar uma interrupção audaciosa como a que
ocorreu com a tomada do poder pela classe trabalhadora, pela via da democracia
(embora frágil), num campo político minado pelos interesses da direita
genuinamente capitalista. Lula declarou recentemente que venceu o candidato da
Rede Globo. E eis o nó da questão do “presente” que estamos recebendo do
presidente marionete, ilegítimo, golpista e corrupto.
O país, seja o que for,
digam o que digam, está girando em torno de uma força nunca vista na nossa
história: Lula presidente em 2018 (quatro pesquisas o isolam na frente). E quem
ouve falar nos outros candidatos? Há, no momento, a ocorrência do nome dele e dos outros. Estes outros são
justamente os nomes que a Globo tem: todos fracos e sem expressão política
alguma. De Aécio a Serra, passando agora pelo engomadinho prefeito de São
Paulo, a direita não tem candidato algum. E se conseguir um, a Lava Jato “poderá”
engoli-lo. Ou seja, a Globo poderá perder novamente. Ser derrotada outra vez.
Em torno desse cenário, há
uma pressa dos golpistas, com medidas elogiadíssimas pelo jornalismo panfletário
de revistas e da mãe Global, de implementar os seus projetos com as seguintes
finalidades: os ricos serem mais ricos, o país ser mais dependente da
especulação, e afogar a esquerda de uma vez por todas para se retomar o poder
secular.
Para tal feito, estamos
vendo coisas do tipo: show de juiz, judiciário tucano, dois pesos e duas
medidas, abafamento das denúncias contra a turminha de FHC e escancaramento de
fatos mínimos contra Lula, projetos do governo aprovados todas as noites, “vazamentos”
de depoimentos, e por aí vai. Há duas frentes de ataque à esquerda: uma no
campo político e outra no campo histórico.
A primeira frente consiste
em eliminar o metalúrgico e tentar, às pressas, projetar um candidato da direita
em 2018. Só a prisão de Lula permitirá isso (é o que eles imaginam). Não há
outro freio para esse efeito colateral da Lava Jato. Por conta disso, não
havendo a prisão tão desejada pelos coxinhas (no seu falso ufanismo, com suas
panelas caríssimas), a operação sofrerá descrédito total, uma vez que ela
parece mesmo, em razão do seu dubitável processo, não se focar no combate à
corrupção generalizada, mas sim destruir a principal liderança da esquerda para
que toda a esquerda caia junto. Já há, inclusive, umas centenas de discursos (contra
o C contra o V) contra o que nem mesmo se conhece, como socialismo, comunismo
e, por último, sobrou para os sindicatos, tratados pelos coxinhas e pela
imprensa tucana como uma categoria desprezível e aproveitadora dos recursos
públicos, como se fossem os sindicatos que permitissem a corrupção ou que nunca
tivessem lutado pela implantação da democracia (que nunca viria sem a atuação
dessas classes).
A segunda frente tem a ver
com a destruição dos setores que sustentam a esquerda e a fazem ter sentido de
existir. Trata-se de destruir, reduzir a pó mesmo, numa ignorância a todos os
fatos, as classes trabalhadoras. A retirada dos direitos promovida pelos
golpistas e o assassinato da CLT se coadunam com a primeira frente, pois a
classe trabalhadora, sem representação política máxima, servirá sempre como um
instrumento barato de trabalho para elitizar ainda mais os poderosos, que
continuam sendo intocáveis (inclusive foi a grande falha do PT não ter mexido
nas grandes riquezas desses poucos). São os sindicatos a próxima vítima do
golpe. Enquanto ocorre a “investigação” para prender Lula, o ataque aos
direitos trabalhistas já é uma ação golpista capaz de já garantir que haja
algum lucro imediato do golpe. Se os golpistas são os poderosos, então o lucro
vem pelas medidas que eles tomam em favor de si mesmos. É impossível coexistir
a garantia dos direitos já conquistados se eles não são elaborados pelos
principais interessados: os trabalhadores. É ou não é golpe?
O que temos para este
primeiro de maio é simplesmente uma reflexão crítica e um grito de socorro ante
a destruição histórica dos nossos direitos causada pela morte de uma menina
chamada democracia só porque, acima de tudo isso, paira o desejo de uma classe
de chegar ao poder e se perpetuar. E nunca, pelo amor de Deus, jamais discutir
qualquer tema atual deste golpe seguindo o rancor odioso de um coxinha, pois,
saiba: nunca um coxinha falará em favor de quem é trabalhador. Pois o coxinha foi
e sempre será alguém que pensa no poder, mesmo sendo um pobre (o que é
vergonhoso um pobre pensar como um coxinha!).
O presente que temos para o
nosso primeiro de maio é maldito. E já é uma herança da qual temos de ter
vergonha, pois temos que admitir que pouco (ou nada) fizemos para sustentar as
nossas conquistas. E agora sabemos que elas são tão frágeis ao vermos cada uma
sendo tirada de nós diariamente. E, com certeza, chegamos a isso por conta de
termos apenas pensado que estávamos fazendo tudo por nossa cabeça. Sim, por
nossa cabeça. Aliás, vocês viram aquela falha do Renato Chaves no jogo de hoje?
Agora o Flamengo só precisa do empate no jogo de volta. Isso não é demais?!
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